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A SIP DENUNCIA CLIMA DE VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS NO BRASIL

30 de julio de 2003 - 20:00
Miami (30 de julho de 2003) - A Sociedade Interamericana de Imprensa, SIP, enviou hoje uma carta ao Presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, denunciando o estado de violência e criminalidade em que os jornalistas devem se desenvolver, solicitando sua intervenção para a agilização dos processos que levem ao castigo dos autores de crimes ainda impunes.

Na semana passada, lembra a SIP, foi assassinado o fotógrafo da revista Época, Luiz Antônio da Costa, de 36 anos, enquanto fazia uma reportagem gráfica sobre a invasão de um terreno em São Bernardo do Campo, São Paulo. Nos últimos meses, vários outros profissionais da imprensa foram mortos.

A carta, assinada pelo presidente da SIP, Andrés García Gamboa, e pelo presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da associação, Rafael Molina, diz:

30 de júlho de 2003

Senhor Presidente da República Federativa do Brasil
Luiz Inácio Lula da Silva
Palácio do Planalto 2°andar
Praça dos Três Poderes
CEP 70.150.900
Brasília, Brasil

Señor Presidente,

A Sociedade Interamericana de Imprensa ficou abalada, mais uma vez, pelo assassinato do fotógrafo da revista Época, Luiz Antonio da Costa, morto no último 23 de julho, no exercício de sua profissão, durante uma invasão de terreno por membros do Movimento dos Sem Teto, em São Bernardo do Campo, São Paulo.

Nesse último ano, senhor Presidente, foram assassinados seis jornalistas brasileiros, sem que até o momento se conheça quem foi ou foram os autores materiais e intelectuais do crime. Desde a morte do repórter da TV Globo, Tim Lopes, brutalmente assassinado por narcotraficantes em junho de 2002 quando fazia uma reportagem em um morro do Rio de Janeiro, tiveram a mesma sorte: o empresário jornalístico Domingos Savio Brandão Lima Junior, morto em 30 de setembro de 2002 em Cuiabá, Mato Grosso; a repórter Melyssa Martins Correa, assaltada e assassinada em 3 de junho passado em Presidente Prudente, São Paulo; o co-proprietário do semanário Boca do Povo, Edgar Ribeiro Pereira de Oliveira, assassinado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul em 23 de junho; e o diretor de rádio Nicanor Linhares Batista, morto em 30 de junho em Limoeiro do Norte, Ceará.

Conforme os antecedentes coletados pelas investigações da SIP, em todos esses casos o crime foi um instrumento para tentar calar as denúncias que os jornalistas faziam no livre exercício de sua profissão, o que revela o clima de insegurança e alto grau de perigo em que vivem os jornalistas no Brasil, situação que se agrava com a dificuldade que mostram a polícia e os tribunais de justiça em encontrar e castigar os autores, cúmplices e encobridores.

Além dos casos citados e de acordo com nossa própria investigação, continuam impunes crimes cometidos nos últimos 10 anos contra Ivan Rocha, Nivanildo Barbosa Lima, Mário Coelho de Almeida Filho, José Wellington Fernandes, Mário Eugênio Rafael de Oliveira, Manoel Leal de Oliveira, Aristeu Guida da Silva, Zaqueu de Oliveira, José Carlos Mesquita, Reinaldo Coutinho da Silva, Edgar Lopes de Faria, Ronaldo Santana de Araújo e Maria Nilce dos Santos Magalhães. Os antecedentes de vários destes casos foram enviados pela SIP à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Por isso, nos permitimos chamar sua atenção a fim de que possa tomar as medidas necessárias para que os organismos pertinentes do Estado acelerem os processos investigativos dos crimes impunes e encontrem os culpados.

A SIP está desenvolvendo há alguns meses uma campanha internacional de educação pública destinada a acabar com a impunidade dos assassinatos contra periodistas. Centenas de jornais do continente juntaram-se à iniciativa que convida milhões de leitores a assinar uma carta dirigida às mais altas autoridades de cada país, para incentivá-los a ordenar a reativação dos respectivos processos judiciais até determinar e castigar os responsáveis.

Estamos confiantes de que sua reconhecida sensibilidade permitirá que este tema seja de sumo interesse para os funcionários de seu governo, assim como para os funcionários dos demais poderes públicos do Estado.

Queremos reiterar nosso pedido de audiência para que receba uma delegação internacional da SIP no final de agosto para discutir em profundidade este tema de grande repercussão para a liberdade de imprensa em seu país.

Atenciosamente,

Andrés García Rafael Molina Presidente Presidente Sociedade Interamericana de Imprensa Comissão de Liberdade de Imprensa






FUENTE: nota.texto7

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